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sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Como tornar-se o que se é – Nietzsche (1844-1900)
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terça-feira, 31 de maio de 2011
Karl Marx – Modo de Produção e Luta de Classes
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Karl Marx (1818-1883) - O Materialismo Dialético e Histórico
quarta-feira, 18 de maio de 2011
Ludwing Feuerbach (1804-1872)
segunda-feira, 9 de maio de 2011
Arthur Schopenhauer
O filósofo alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860) foi quem atacou com maior veemência o pensamento hegeliano. Apesar de sua grande cultura, só seria reconhecido nos últimos anos de sua vida.
Na obra O Mundo como Vontade e Representação, sustenta que, como o conhecimento é uma relação na qual o objeto é percebido pelo sujeito, o ser humano não conhece as coisas como elas são, mas como podem ser percebidas e interpretadas. Nesse aspecto, faz um retorno a Kant e opõe-se à possibilidade do saber absoluto que Hegel preconizava.
Para Schopenhauer, porém, tudo o que o mundo inclui ou pode incluir é inevitavelmente dependente do sujeito, não existe senão para o sujeito. O mundo é representação. Isso quer dizer que, para ele, não existe uma realidade exterior absoluta e que, para existir o conhecimento do mundo, é preciso existir o sujeito.
Dessa forma, Schopenhauer afasta-se da reflexão de Kant e iniciava a sua própria filosofia. A representação do mundo seria para ele como uma “ilusão”, pois o objeto conhecido é condicionado pelo sujeito. Mas, também diferentemente de Kant, admite ser possível alcançar a essência das coisas por meio do insight intuitivo, uma espécie de iluminação. Nesse processo, a arte teria grande relevância, pois a atividade estética permitiria ao ser humano a compreensão da verdade. Pela arte, o sujeito se desprenderia de sua individualidade para fundir-se no objeto, em uma entrega pura e plena. Nesse ponto, Schopenhauer seria um romântico.
Sua filosofia, de outro ângulo, caracteriza-se por uma visão pessimista do indivíduo e da vida. Para ele, o ser humano seria essencialmente vontade, o que o levaria a desejar sempre mais, resultando em uma insatisfação constante. Essa vontade, que se expressa nas ações humanas, seria parte de uma vontade que anima todas as coisas da natureza. E, se a essência do ser humano e do mundo é essa vontade insaciável, Schopenhauer identifica aí a origem das lutas entre os indivíduos, da dor e do sofrimento.
A história é, para esse filósofo, a história de lutas, em que a infelicidade é a norma. Temos, portanto, a recusa da concepção racionalista de história elaborada por Hegel, segundo a qual ela possui um sentido e progride em direção a uma liberdade maior.
Para Schopenhauer, apenas pela arte e ascese – ou seja, o abandono de si – pode o ser humano libertar-se da dor.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Coisas a serem lembradas sobre o sistema de Hegel:
Coisas a serem lembradas sobre o sistema de Hegel: |
* é um sistema em movimento; |
* A contradição (a dialética) é o motor; |
* O sistema é abrangente; |
* A aparência das coisas (em repouso) é diferente de sua realidade (em movimento); |
* a história toda é o exercício do Espírito através do tempo. Isto é a marcha da razão |
* Lógica = Metafísica. |
Para Hegel, a mente constrói a realidade. Mas, em princípio, não sabe disso. Acha que a realidade está fora, independente dela. Assim, ela está alheia a si mesma. Então vê que a realidade é criação sua. Aí conhece a realidade tão claramente quanto se conhece. A realidade e ela são uma coisa só.
Hegel foi o mais importante filósofo do inicio do século XIX a construir sistemas amplos, abrangentes e complexos pretendendo revelar os segredos do homem, da natureza e do universo. O idealismo hegeliano dominou a Alemanha e grande parte do pensamento europeu nesta “era do sistema”. Estranhamente, Hegel e seus seguidores não associaram seus imponentes sistemas às complexas transformações científicas e sociais da época em que viveram.
A Dialética Hegeliana
Eis como funciona o sistema:
Começamos com uma tese (uma posição posta em discussão). Em oposição à tese, há uma afirmação contraditória ou antítese. Da oposição entre tese e antítese, nasce uma síntese que abrange ambas. Mas como a verdade só se encontra na totalidade do sistema, essa primeira síntese ainda não é a verdade da questão, mas passa a ser uma nova tese, com uma antítese e uma síntese correspondentes. O processo continua ad infinitum até chegarmos à idéia absoluta.
Hegel afirma que este processo é a base de toda história, e da história do pensamento. Filósofos anteriores são parte do processo dialético em desenvolvimento que leva ao conhecimento e à lucidez, e ao clímax da filosofia que aparentemente é o próprio sistema hegeliano .
O sistema começa com “ser indeterminado puro” e termina com a Idéia Absoluta ou a própria Verdade. Essa Idéia Absoluta é como o “pensamento se pensando”, ou o Deus do filósofo de Aristóteles, o Motor Imóvel.
Hegel diz que este processo de contradição e desenvolvimento é inerente à realidade histórica e ao pensamento, e que o exercício dessas contradições necessariamente conduz a estágios mais elevados.
Isto deve lhe dar uma idéia de como funciona o sistema. Como as coisas se relacionam, se são inevitáveis ou fazem sentido – é outra história.
Hegel disse que a natureza representava a idéia “fora de si”. Idéia lógica, natureza e & espírito, obviamente, têm uma ligação.
Tese | Antítese | Síntese |
Idéia Lógica | Natureza | Espírito |
Realidade subjacente | Aspecto exterior e não-racional da mesma realidade | Unidade da idéia e natureza |
Hegel examina o que considera a esfera mais elevada – o trabalho do Espírito através da história. A dialética é assim:
Tese | Antítese | Síntese |
Espírito subjetivo | Espírito Objetivo | Espírito Absoluto |
Este espírito (ou sujeito, ou razão, ou mente), que é objetivo e Absoluto, governa o mundo. O Espírito Absoluto ou Idéia Absoluta desenvolve-se através dos tempos e revela-se de modo absoluto a Hegel.
Espírito subjetivo | Espírito objetivo | Espírito absoluto |
Funcionamento interno da mente humana | A mente em sua encarnação externa nas instituições sociais & políticas | Arte, Religião, Filosofia |
Hegel da muitos exemplos para mostrar que o Absoluto é Espírito. De modo mais interessante, afirma que esse espírito se manifesta nos indivíduos, nas instituições sociais como a família & o estado, e na arte, na religião e na filosofia de uma época.
Esta idéia do Espírito Objetivo como a encarnação externa da mente foi adotada por outros filósofos. O conceito de zeitgeist (literalmente, Espírito do Tempo) – as inter-relações entre indivíduos, sociedade, arte, religião de uma determinada éoca – é fundamental na história moderna. A importância de se entender o todo, o sistema como um todo, ajudou nitidamente a dar forma ao marxismo e a muita coisa depois.
Hegel via então a história como “a marcha da razão no mundo” e as instituições humanas como o produto do devir dialético.
Hegel e o Espírito Absoluto
Hegel foi o maior dos idealistas alemães, certamente o mais difícil de entender e possivelmente o mais escandaloso em suas pretensões de ter entendido toda a história da filosofia. Foi professor universitário e catedrático de filosofia durante quase toda a vida e, como Kant, quase mais nada fez.
No inicio, Hegel era um tanto místico, e alguns críticos sugerem que ele jamais superou esta característica. De seus muitos escritos os mais importantes são: A Fenomenologia do Espírito, A Ciência da Lógica e A Filosofia do Direito.
Os dois primeiros talvez possam ser considerados os mais obscuros de toda a filosofia, e foram, portanto, os que mais produziram interpretações.
Hegel pode ser descrito como um monista, alguém que crê na totalidade única, o ESPÍRITO ABSOLUTO.
Hegel começou rejeitando a coisa em si de Kant e o mundo noumênico. Hegel afirmava que a tese de Kant de que algo que existia (a coisa em si) era incognoscível, era uma contradição flagrante, que violava as próprias leis de Kant sobre os limites do conhecimento.
Os idealistas e Hegel manifestaram a visão oposta de que tudo o que é, é cognoscível. Na famosa máxima de Hegel:
“O REAL É RACIONAL E O RACIONAL É REAL.”
Fundamental no pensamento de Hegel é a noção de que tudo está interligado. Enquanto a maioria dos filósofos a partir de Aristóteles defendia que a realidade tinha de ser separada em pares distintas – quer como fatos, objetos ou mônadas – Hegel dizia que nada era desconexo.
Para Hegel, a realidade última era a idéia absoluta – “a verdade é o todo”. Ele equiparava Verdade a Sistema. A peça individual só tem significado quando vista como parte do quebra-cabeça.
sábado, 29 de janeiro de 2011
Além do Bem e do Mal - 11 (Nietzsche)
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Immanuel Kant
Kant tentou nos mostrar que, embora não possamos confiar em nossos sentidos para receber diretamente informações sobre a realidade, eles nos informam como a realidade aparece para nós. E a aparência da realidade não é apenas obra de hipóteses, como Hume afirmou, ela aponta além da experiência para a unidade transcendente entre a aparência do mundo e o que ele realmente é. Kant distinguiu entre o que o mundo realmente é e sua aparência. A aparência das coisas ele chamou de fenômeno. O mundo real ele denominou noúmeno ou a coisa-em-si. Afirmou que, embora não possamos conhecer o noúmeno diretamente, podemos apreendê-lo baseados na maneira como percebemos o mundo como fenômeno. Ou seja, Kant diz que jamais podemos experimentar a coisa-em-si diretamente. Tudo o que podemos conhecer diretamente são os fenômenos, que é aquilo que se apresenta ao nosso entendimento. Kant denominou “Categorias do Entendimento” os conceitos que organizam a realidade permitindo-nos compreender a experiência. Esses conceitos são: espaço, tempo, substancia e causalidade. Kant denominou esses conceitos de a priori. Conceitos a priori, vêm antes da experiência; eles tornam a experiência possível. Ou seja, não são conceitos que as pessoas formularam; eles existiam antes de nossa existência, antes de sequer pensarmos neles. Mas eles são necessários para que possamos compreender as coisas.
Com a Crítica da Razão Pura, Kant pretende um estudo sobre os limites do conhecimento. Seu método é a crítica, isto é, a analise reflexiva, onde a razão critica a si mesma, o que consiste em remontar às condições que tornam o conhecimento legítimo. Kant fez uma analogia entre sua abordagem da relação entre experiência e entendimento e a explicação de Copérnico sobre a relação entre a Terra e o Sol. Assim invertendo a atitude empírica em relação ao conhecimento, Kant, em vez de dizer que o conhecimento deve se conformar aos objetos, ele disse que os objetos devem se conformar ao conhecimento. Ou seja, os objetos são organizados pela mente; e como a mente organiza a realidade, permite-nos compreender a experiência.
Partindo da distinção de Hume entre idéias sobre o que existe e idéias sobre o que deveria ser, Kant propõe a visão de que existem categorias objetivas do pensamento moral. Ele se referiu ao pensamento moral como Razão Prática, o raciocínio sobre como deveríamos agir. Ele opôs a “razão prática” à “razão pura”, o raciocínio sobre o que existe. Em seu estudo da razão prática, Kant sustentou que podemos ter idéias universalmente válidas sobre o que deveríamos fazer, denominadas “imperativos”.
Kant descreveu o “imperativo categórico”, que possibilita o julgamento prático, assim como as categorias de substância, qualidade, etc. possibilitam o entendimento. O imperativo categórico, disse ele, é um “conceito a priori”. Podemos ver que é verdadeiro antes da experiência. Kant descreveu o imperativo categórico como uma lei moral universal. O imperativo categórico é uma lei moral que é válida para todo mundo e forma a base de nossa razão prática, ou entendimento moral. Não apenas se refere a como devemos agir, mas permite que nos comportemos como seres morais. Podemos dizer que nossas ações estão de acordo com essa lei se forem corretas e morais pra todos.