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segunda-feira, 28 de junho de 2010

Giordano Bruno (1548-1600)


Giordano Bruno foi um teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano, condenado à morte na fogueira pela inquisição romana por heresia.
Defensor do Humanismo, corrente filosófica do Renascimento, cujo principal representante é Erasmo, Bruno defendia o infinito cósmico e uma nova visão do homem. Embora a filosofia de sua época estivesse baseada nos clássicos antigos, principalmente Aristóteles, Bruno teorizou contra eles. Sua forma e conteúdo são muito semelhantes à de Platão, escrevendo na forma de diálogos e com a mesma visão.
No século XVI a filosofia se liberta da religião, e a ciência moderna nasce da filosofia. A ciência não mais será a busca da verdade na propriedade lógica de conceitos, mas através das lentes de microscópios e telescópios. Bruno é a figura principal nessa transição: torna-se um filósofo independente e pressente que a verdade está para além do autoritarismo lógico dos filósofos escolásticos. Embora não seja um cientista, pois não era nem matemático nem astrônomo, dá prontamente crédito a Copérnico, um observador do céu e do movimento dos astros. Copérnico ousa contrariar a cosmologia das esferas celestes perfeitas do sistema aristotélico-ptolomaico que tomava a terra, "logicamente", como o centro do universo.
Sua idéia de que o universo era infinito, e que muitos mundos deveriam existir além daquele então conhecido foi uma das grandes idéias estimuladoras da ciência, durante o Renascimento. O seu livro "Sobre o Universo Infinito e Mundos" em que faz sua afirmação da existência de outros mundos povoados por seres inteligentes é ainda hoje um grande apelo para a imaginação de muitos. Sua técnica de classificação sistemática de objetos da observação no preenchimento de tabelas, suas tábuas combinatórias, foram os germes dos métodos empíricos que marcaram o início da ciência experimental.
Nômade por natureza e modo de vida, Bruno baseou sua filosofia apoiado nas suas intuições e vivências fora do comum. Defendeu teorias filosóficas que misturavam um neoplatonismo místico e panteísmo. Acreditava que o universo é infinito, que Deus é a alma universal do mundo e que todas as coisas materiais são manifestações deste princípio infinito.. Por isso Bruno é considerado um dos pioneiros da filosofia moderna.
Por estas opiniões quentes e perigosas para a época, Giordano Bruno foi condenado pela inquisição. Ao ser anunciada a sentença de que seria executado piamente (sem derramamento de sangue) disse: “Teme mais a Força em pronunciar a sentença do que eu em escutá-la.” Morreu na fogueira com tábua e pregos na língua, para parar de “blasfemar”.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Lutero e a Reforma Religiosa


Um evento fundamental na vida do monge agostiniano Martinho Lutero foi a viagem que fez à Roma em 1511. A escandalosa vida na corte pontifícia e o desolador espetáculo da venda das indulgências, o convenceram a iniciar um protesto que abalaria a Europa. Em 1517, ele afixou na porta de seu convento em Wittenberg as 95 Teses sobre as Indulgências propondo-se a discuti-las com seus coirmãos. No decorrer de poucos anos, o rompimento com Roma tornou-se irreversível e Lutero transformou-se no fundador da nova religião protestante.
Seus textos, colocavam em discussão a existência da própria Igreja, do clero e dos sacramentos, além da questão das indulgências; e desencadearam uma reação certamente superior às expectativas do próprio Lutero. O monge abandonou o hábito, casou-se com uma ex-freira e se dedicou ao esclarecimento das novas doutrinas teológicas, e também à tradução da Bíblia para o alemão, o que possibilitou a cada cristão ler em seu próprio idioma[1], e não apenas ouvir em latim, as palavras de Deus.
Para Lutero somente a leitura do evangelho é eficaz na manutenção e conservação da fé, que é o único caminho à salvação. O homem, teria duas dimensões: uma espiritual e outra corporal. E uma não influencia a outra. Atos, obras e comportamentos não influem na espiritualidade e podem muitas vezes ser hipócrita. Portanto, não são as ações mas, somente a fé, que conduz à salvação. Apesar de interiormente justificado pela fé, o homem não pode ficar ocioso ou praticar o mal, pois ele deve aumentar essa fé e essa suficiência até a outra vida. Enquanto ele permanece nesta vida corporal, deve governar seu próprio corpo. O homem deve agir bem, não para satisfazer a Deus, mas sim por que as boas ações são somente o fruto da fé interior. O corpo deve ser adestrado e exercitado para que se torne obediente em conformidade com o homem interior e com a fé. Boas e Justas ações não tornam jamais um homem bom e justo, mas um homem bom e justo pratica ações boas e justas; más ações não tornam jamais um homem maldoso, mas um homem maldoso pratica más ações.
De acordo com Lutero, a vontade humana não é livre. O homem deve escolher entre duas servidões: ou Deus ou Satanás. A história humana é a história destes dois cavaleiros a disputar entre si para ter e possuir o homem.
A reforma religiosa participou de modo decisivo do desencadeamento da revolução científica. Os reformistas pregavam que uma forma de se apreciar a existência de Deus era através das descobertas na ciência e por isso essas foram incentivadas, proporcionando uma propulsão ao desenvolvimento da revolução científica.


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[1] Depois que Lutero traduziu a Bíblia para o alemão, diversas traduções foram feitas pela Europa no idioma local.