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domingo, 6 de julho de 2008

Eu - Deus - O mundo


Descartes se propõe a encontrar uma certeza básica, imune às dúvidas e que possa servir de base e fundamento, de ponto de partida para o processo de conhecimento, pois a racionalidade pertence à natureza humana, portanto, o homem trás dentro de si a possibilidade do conhecimento. Resta apenas encontrar um fundamento seguro para a construção do “edifício do conhecimento”.
Assim assume inicialmente o ceticismo, levando-o a suas últimas conseqüências para refutá-lo. Aconselha a esvaziarmo-nos de todos os nossos conhecimentos e crenças, já que entre eles existem alguns que não são confiáveis e como não sabemos quais, examinemos todos. Nega todo conhecimento que nos chegam pelos sentidos, pois estes sempre nos enganam. Ao colocar tudo em dúvida, a única coisa que não é possível de duvidar é que se eu duvido, eu penso; o pensamento é imune à dúvida e, portanto, se eu penso, eu existo, essa é a primeira certeza da qual não podemos duvidar - a existência do pensamento. “Penso, logo existo”.
Descartes acredita na existência de idéias inatas, ou seja, idéias que já nascemos com elas e que permitem um conhecimento seguro das coisas. A segunda verdade evidente para Descartes é a existência de Deus, que garante a veracidade do mundo e tudo o que nele existe, sendo a existência do mundo a terceira verdade incontestável. Deus é uma verdade incontestável porque possuimos a idéia de infinito e perfeição mesmo sendo imperfeitos e finitos, sendo assim, somente Deus que é infinito e perfeito pode ter colocado essas idéias em nós. Assegurada a existência de Deus, um Deus perfeito e infinito não iria nos enganar sobre sua criação e somente assim podemos crer na existência do mundo e tudo o que nele existe. Da existência do sujeito pensante podemos deduzir Deus como uma verdade inabalável e de Deus podemos reconhecer a veracidade de todo o mundo por que este mundo é Sua obra.

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