Nascido em 15 de outubro de 1844, Friedrich Nietzsche foi um grande pensador, um dos mais influentes de nossa época. Sua crítica radical das idéias e valores da modernidade não exclui as ciências, as artes, nem mesmo a política modernas, que para o autor, são apenas versões laicas do cristianismo, ou seja, totalmente impregnados pela moral cristã. Pretende criar com essa crítica, um novo tipo de homem, um tipo nobre, que diz “Sim” à vida!
Conhecido como o filósofo que constatou a “morte de Deus”, sua filosofia a golpes de martelo, quer demolir a idéia de verdade ou o que até agora se chamou de verdade: o cristianismo como “única verdade” para fazer dele “uma das muitas outras interpretações possíveis do mundo”.
Em sua obra A Genealogia da Moral, estuda a origem e a história dos valores morais. Sua conclusão é que não existem as noções absolutas de bem e mal, certo e errado. Os valores morais surgem da cabeça do homem, a partir de suas próprias avaliações e necessidades, ou seja, o homem é um criador de valores, um animal que avalia. O propósito do pensamento não é a descoberta da “Verdade” como tem sustentado grande parte da filosofia ocidental, mas sim, garantir a sobrevivência no mundo. Nossa espécie evoluiu porque tivemos a necessidade de criar idéias que nos ajudassem a organizar nossas vidas, nossas mentes, e nossa sociedade. Precisamos pensar coisas que não são verdadeiras para dar sentido ao que na verdade é uma realidade caótica.
Nietzsche afirma que precisamos olhar “além do bem e do mal” se quisermos realizar o potencial da vida. Precisamos criar nossos valores e desprezar os sentimentos de ‘rebanho’ – todas aquelas pessoas comuns que gostam de ficar juntas e pensar e agir da mesma maneira. – Como um indivíduo, você deve viver para si próprio, da sua própria maneira. Você deve evitar ser classificado pelos outros, bem como viver de acordo com as expectativas das outras pessoas. Viver para si próprio significa exercer controle sobre as situações e ser bem-sucedido nelas de modo a tornar-se feliz. O que faz você feliz não é determinado pelo que os outros pensam, mas somente por você. Se você obedecer à sua vontade, ficará feliz com suas ações e com sua vida de um modo geral. Você não se arrependerá e ficaria satisfeito em viver a mesma vida outras vezes.
Espírito irrequieto e eruptivo, clamava por liberdade, rompendo grilhões, desfazendo a opressão da moral tradicional, demolindo religiões, vociferando contra a falsidade e a hipocrisia da sociedade, semeando paradoxos, sua vida foi um campo de batalha, no qual o pensamento e a reflexão eram suas armas e seu escudo. Nietzsche valoriza a arte e o indivíduo, toma a vontade como tema central, mas pretende uma ruptura total com a tradição filosófica, na qual vê uma das principais causas da decadência da civilização e da fraqueza do homem. Zomba do racionalismo crítico moderno, de sua pretensão de fundamentar nosso conhecimento e nossas práticas. Nietzsche estava convencido de que o indivíduo é capaz de evoluir para algo melhor do que o que atualmente concebemos como indivíduo. Ele se referiu a esse indivíduo superior como o “Übermensh”, costumeiramente traduzido como “super-homem” ou “além do homem”. Atingir esse "novo homem" acima, muito acima do homem que conhecemos hoje, é a meta dessa estrada rumo ao "tornar-se o que se é".
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Quem alcança seu ideal, vai além dele.
F. Nietzsche (Além do Bem e do Mal - 73)
"Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?"Marcos 8.36
ResponderExcluirHoje um homem "endeusado" por muitos pensadores modernos, Nietzsche foi um pobre coitado que se perdeu já em sua infância, odiando a Deus.
Hoje me pergunto: Como as pessoas conseguem entender como de grande valia os pensamentos de um homem mal amado, que morreu louco e sifilítico.
Mas cada um aplaude o que tem por certo em seu coração!
Nietzsche conheceu a Jesus melhor do que o autor do comentário anterior. A questão não era SE ele foi um "pobre coitado". A questão é quem não é um pobre coitado. Dos pecadores, eu sou o pior, já dizia Paulo.
ResponderExcluirQualquer pessoa que saiba ler e interpretar identificará a genialidade dos argumentos de Nietzsche. Um exímio pensador, como poucos ao longo da história. Assim como Kierkegaard. A questão é que não se lê Nietzsche, a questão é que não se lê nada, limitando0-se à mediocridade de repetir preconceitos e jargões "que os outros dizem". Jesus repudia mediocridade. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.