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terça-feira, 20 de abril de 2010

A Filosofia na Idade Média - parte final

São Tomás de Aquino forneceu a mais completa explicação filosófica desenvolvida até então da relação entre Deus e a humanidade; o seu tenaz intento de conciliar os valores da fé com os valores da razão, retomando uma abordagem aristotélica da filosofia, colocou-o em oposição a duas linhas de pensamento: a tendência místico-platônica – defendida na época pelos Franciscanos – e a crença dos chamados Averroístas que identificavam na doutrina de Aristóteles argumentos incompatíveis com a revelação cristã.
Para Tomás de Aquino, a verdade da fé cristã ultrapassa a capacidade da razão, mas os princípios naturais da razão não podem estar em oposição a esta verdade, pois os princípios que nos advêm por natureza nos foram incutido por Deus, sendo ele o autor da nossa natureza. Logo, a sabedoria divina também possui esses princípios. Assim, o que se opõe a tais princípios se opõe a sabedoria Divina e, portanto, não pode derivar de Deus. Pensar o contrário implica imaginar que Deus tenha intencionalmente enganado o ser humano, dotando-o de uma capacidade, a razão, aparentemente formidável e verdadeira, mas na realidade ilusória e em oposição ao resto da criação.
São Tomás ainda formulou provas lógicas da existência de Deus, explicou como os seres humanos e outras criaturas foram criados por Deus como derivações da perfeição divina, e como poderíamos retornar à unidade com Deus por meio de seu poder de nos assimilar e de nosso desejo por ele. Valendo-se dos conceitos e procedimentos lógicos aristotélicos, fazendo deles muito bem sucedido e influente uso, lança mão do conceito de causalidade de Aristóteles para concluir que tudo possui uma finalidade e essa finalidade está ligada a vontade de Deus. Deus é o primeiro motor de onde surgiram todas as coisas e é também o grande fim para onde todas as coisas se dirigem segundo a Sua vontade.
São Tomás de Aquino via a alma humana como a forma platônica do eu.
A ênfase na lógica aristotélica desencadeou um debate sobre se as idéias existem fora da mente ou se apenas não passam de nomes para as coisas. No final, esse debate trouxe de volta a filosofia ao contato com as coisas materiais e guiou-a para o Renascimento e a abertura para a ciência moderna.

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