A terceira filosofia helenistica importante, depois do estoicismo e do epicurismo, é o ceticismo. Os céticos acreditavam que não podemos conhecer a verdade. Tudo o que temos são idéias que podem ou não ser verdadeiras.
O primeiro filósofo totalmente cético foi Pirro de Élis, que ensinou que não há nada de que possamos estar seguros. Embora parta da idéia de que não podemos conhecer nada, ele se preocupa com o efeito disso sobre o modo que deveríamos agir.
O ceticismo não pretende ser apenas um meio de criticar as idéias de todos os outros filósofos, pelo contrário, pretende ajudar as pessoas a se acostumarem com o fato de que muito do que acontece está além do nosso controle. Se percebemos que na vida nada é garantido, mais facilmente nos libertaremos das expectativas em relação às coisas. Assim, não ficaremos desapontados quando elas não acontecerem como planejamos.
O ceticismo sustenta a impossibilidade de chegar a um juízo universal e indiscutível, dada a universal incerteza que envolve a natureza do mundo e do homem. Assim, nenhuma proposição pode ser afirmada sem que também seja possível encontrar provas da proposição contrária. Daí decorre que a única atitude correta a ser assumida pelo filósofo é não ter opiniões, assumindo a suspensão de qualquer discurso afirmativo (epoché).
A epoché cética é a necessária suspensão do juízo que caracteriza sua posição: nem aceitar, nem rejeitar; nem afirmar, nem negar. Ela nasce da consideração de que sempre é possível demonstrar o contrário de cada afirmação e que, portanto, uma proposição nunca pode dizer-se verdadeira em absoluto. Todo saber reduz-se a um opinável ponto de vista.
Um comentário:
Vale sempre lembrar que o termo epoché possui origem estóica. Zenão afirma sua necessidade quando não se consegue evidenciar coisas.
Breno Bastos
Gerente do Portal Veritas
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