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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Filosofia Medieval - parte 2

O neoplatonismo, como o pensamento religioso dava grande importância aos textos, considerando as palavras escritas especial, mágicas ou mesmo divina.
Estudando os textos, os filósofos esperavam apreender a unidade oculta para a qual as palavras apontam.
Essa fixação pelos textos escritos é uma das razões pela qual os filósofos medievais prezavam tanto os filósofos antigos. Em vez de criarem filosofias radicalmente novas, eles veneravam as já escritas e estabelecidas. Assim, muitos filósofos passaram a ver a filosofia grega como divinamente inspiradas.
Filo acreditava que mesmo as palavras da Bíblia não passam de aproximações da verdade. Desse modo, ele interpretou histórias da Bíblia como metáfora das idéias platônicas. Essa maneira de interpretar a Bíblia acabou influenciando profundamente os teólogos cristãos, que procuravam nos filósofos gregos elementos que apontassem para as crenças cristãs.
Essa forma de interpretação passou a ser conhecida como alegoria. Alegoria é uma forma de escrever em que o escritor lança mão de um conjunto de coisas, geralmente figuras concretas, para representar outro conjunto de coisas ou idéias que costumam ser mais abstrata.
Plotino costuma ser considerado o primeiro filosofo neoplatônico, embora suas idéias se assemelhem em muitos aspectos às de Filo. Ele elaborou o vínculo entre a unidade divina e os objetos materiais. Ele via os objetos materiais e as formas ideais como criações divinas. Para ele, o mundo é uma espécie de obra de arte, que expressa o ser divino. Essa explicação é conhecida como teoria da emanação.
A realidade emana do Um, o ser divino, como o calor emana de um ferro quente. Como o Um é uma espécie de artista, ou criador, podemos comungar com o ser divino por meio da arte e também por meio da meditação. Se conseguirmos perder de vista a diferença entre nós e as outras coisas, poderemos experimentar o Um.
Misticismo é o nome que damos a essa idéia e prática de atingir a unidade com Deus. Isso pode ocorrer em forma de sonhos e visões ou por meio da meditação e da criação artística.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A Filosofia na Idade Média - parte 1


No período final do Império Romano e no decorrer da Idade Média, Deus estava em toda parte. As pessoas estavam convencidas da existência de um Deus único, todo-poderoso e justiceiro.
A filosofia no Ocidente e no Oriente Médio foi dominada por três poderosas influências: Platão, Aristóteles e a religião.
Filósofos judeus, cristãos e muçulmanos estavam reconciliando filosofia e religião – a razão com a fé.
Aristóteles, Platão e a religião forneceram um amplo arcabouço para a maior parte das idéias filosóficas da Idade Média que perdurou até o Renascimento, quando começou a ser gradualmente substituído pela ciência moderna.
Podemos distinguir nesse período três estilos de teologia caracterizados pelo instrumental intelectual mobilizado em vista da construção teológica:
- uma teologia sob o regime da gramática (século IX)
- uma teologia sob o regime da dialética (século XII)
- uma teologia sob o regime da filosofia (século XIII)
Um dos primeiros filósofos a combinar filosofia e religião foi Filo de Alexandria, que afirmou que o Bem ideal e Deus eram a mesma coisa.
Assim, Deus é como uma mente universal e as outras formas ideais, descritas por Platão, podem ser entendidas como os “pensamentos” de Deus – que dão ordem ao mundo material para que ele possa ser entendido pelas pessoas, cujas mentes são constituídas à imagem da mente divina.