sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Rubáiyát


Omar Kháyyám nasceu na Pérsia no ano de 1040. além de poeta foi matemático e astronomo. Sua filosofia é imediatista. Só existe, só vale o momento presente. O passado não volta mais, o futuro é incerto e virá provavelmente cheio de tristezas e decepções. Cumpre, pois, aproveitar intensamente o momento atual, que passa rápido como o esplendor transitório da rosa; é mister colhe-lo e aspirá-lo antes que murche.


Sua poesia, muito fatalista, está escrita em um pequeno livro, de grande profundidade chamado Rubáiyát e alguns trechos serão divulgados nesse tópico.


5
Procura ser feliz ainda hoje, pois não sabes o que te reserva o dia de amanhã. Toma uma urna cheia de vinho, senta-te ao clarão do luar e monologa: "Talvez amanhã a lua me procure em vão".


17
Os dias passam rápido como as águas do rio ou o vento do deserto. Dois há, em particular, que me são indiferentes: o que passou ontem, o que virá amanhã.


24
Eu cambaleava de sono, e a Sabedoria me disse: "Nunca, no sono, a rosa da felicidade floriu para ninguém. Por que te abandonares a esse irmão da morte? Bebe vinho! Tens muitos séculos para dormir!"


28
Convence-te bem do seguinte: Um dia tua alma abandonará o teu corpo e serás arrastado para trás do véu que flutua entre o universo e o incognoscível. Enquanto esperas, cuida de ser feliz!Não sabes de onde vens. Nem sabes para onde vais.


38
Esquece que ontem não lograste a recompensa que merecias. Sê feliz. Não lamentes nada. Não esperes nada. Tudo que deve acontecer está escrito no Livro que o vento da Eternidade folheia ao acaso.


57
No caminho do Amor nos perderemos e o Destino nos esmagará com o seu tacão. Ó rapariga, ó minha taça encantada, ergue-te e dá-me de beber em teus lábios, antes que eu me transforme em poeira.


69
Por que tanta suavidade, tanta ternura, no começo do nosso amor? Por que tantos carinhos, tantas delícias, depois? E... por que, hoje, o teu único prazer é dilacerar o meu coração? Por quê?


72
Todos os homens pretendem caminhar na estrada do conhecimento. Essa estrada uns a procuram, outros afirmam tê-la encontrado. Um dia, porém, uma voz proclamará: "Não há caminho, nem atalho!"


82
Delicia-te, ó meu irmão, com todos os perfumes, todas as cores, todas as músicas.Envolve de carícias todas as mulheres.Lembra-te de que a vida é fugaz e que breve voltarás ao pó.