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sábado, 17 de julho de 2010

Johannes Kepler (1571-1630)


Johannes Kepler foi um astrônomo e filósofo alemão que ficou famoso por formular e verificar as três leis do movimento planetário conhecidas como as Leis de Kepler. Iniciou seus estudos de teologia estudando grego com Martin Crusius, matemática e astronomia com Michael Maestlin com quem aprendeu a teoria de Copérnico, apesar de seu mestre defender o modelo geocêntrico de Ptolomeu.
Kepler revelou então uma extraordinária habilidade matemática. A sua fama foi tal que foi convidado a ensinar matemática no seminário protestante da Universidade de Graz, na Áustria, onde chegou em 1594 e ficou até 1600, quando se tornou ajudante do astrônomo Ticho Brahe em seu observatório em Praga. Seu trabalho, além de ensinar matemática, que se conectava com a astronomia, também incluía a posição de matemático e calendarista do distrito. A morte de Brahe, em 1601, fez com que ele assumisse seu cargo de matemático imperial e astrônomo da corte do imperador Rudolph II.
Como calendarista Kepler deveria prever o clima, dizer a melhor data para plantar e colher, prever guerras e epidemias e mesmo eventos políticos, além de instigar cuidados, disfarçados de prognósticos, para prevenir doenças.
Em 1597 publica seu primeiro livro Mysterium Cosmographicum (Mistérios do Universo) onde defende o heliocentrismo de Copérnico e propunha que o tamanho de cada órbita planetária é estabelecido por um sólido geométrico (poliedro) circunscrito à órbita anterior. Este modelo matemático poderia prever os tamanhos relativos das órbitas.
Os anos seguem e Kepler continua estudando as órbitas dos planetas, a luz e lentes e o olho humano. Em 1604 publica Astronomiae Pars Óptica, considerado o livro fundamental da óptica, onde explicou a formação da imagem no olho humano, como funciona uma câmara obscura, descobriu uma aproximação para a lei da refração, estudou o tamanho dos objetos celestes e os eclipses.
Em 1609 publica Astronomia Nova, o ápice de seus esforços para calcular a órbita de Marte. Este tratado contém a exposição de duas das chamadas leis de Kepler sobre movimento planetário. Segundo a primeira lei de Kepler (lei das órbitas), os planetas giram em órbitas elípticas ao redor do sol. A segunda lei de Kepler (lei das áreas), afirma que uma linha imaginária desde o sol a um planeta percorre áreas iguais a uma elipse durante intervalos iguais de tempo, em outras palavras, um planeta girará com maior velocidade quanto mais próximo estiver do sol.
Em 1611 publica no Dioptrice, seus estudos sobre as leis que governam a passagem da luz por lentes e sistemas de lentes, sobre o telescópio astronômico de Galileu.
Em 1612 com a morte do Imperador Rudolph II, aceitou a posição de matemático e professor do colégio distrital de Linz. Ali publicou seu Harmonices Mundi, em 1619, cuja parte final contém outra descoberta sobre o movimento planetário (3ª lei de Kepler), a relação do cubo da distância média de um planeta ao sol e o quadrado do período da revolução do planeta é uma constante e é a mesma para todos os planetas. É pensando na harmonia das esferas, na distância dos planetas entre si e em suas órbitas que Kepler vai tentar imaginar a música que Deus quis escrever quando criou o universo. Diferente de Galileu que via o universo como uma máquina, o grande relógio, Kepler via o universo como música e a posição dos planetas e seus movimentos como uma sinfonia escrita por Deus.
O inicio da Guerra dos Trinta Anos entre Reformistas Protestantes e a Contra Reforma Católica, marca um período de caça às bruxas na sua região natal. Sua mãe foi acusada de feitiçaria e torturada, foi condenada à fogueira. Kepler usa seu prestígio e talento no processo que se estendeu até 1621 para libertá-la.
Em 1626, as autoridades eclesiásticas de Linz consideram-no suspeito de heresia, selam a sua biblioteca e Kepler tem que deixar a cidade, partindo para Ulm, nas margens do Danúbio. Aí completou os cálculos relativos à posição das 777 estrelas observadas por Ticho Brahe, às quais acrescentou 228 observadas por si, terminando as Tabelas Rudolfinas.
Num inverno rigoroso, em viagem para Rogensberg, na esperança que pagassem o que deviam pelos seus trabalhos, Kepler adoece e acaba por falecer em 15 de novembro de 1630, aos 61 anos de idade.
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"Meus corpos celestes não eram o
nascimento de Mercúrio na sétima quadratura com Marte,
mas Copérnico e Ticho Brahe; sem suas observações,
tudo o que pude trazer à luz
estaria enterrado na escuridão"
J. Kepler.